O câncer de bexiga acomete principalmente pessoas com mais 60 anos e que se expõem a certas substâncias como o tabaco, solventes e substâncias químicas usadas na indústria de tintas, plástico, couro e borracha. Outros fatores de risco são uso de quimioterápicos como ciclofosfamida e a realização de quimioterapia pélvica.
Os principais sintomas são sangramento urinário ou hematúria, ardência ou dor para urinar, dor lombar ou dores ósseas em casos mais avançados. Nesse último cenário pode ocorrer perda de peso e queda do estado geral.
O diagnóstico pode ser realizado através de exames de imagem do sistema urinário, como ultrassom, tomografia computadorizada ou mesmo ressonância, além de exames de urina. Frequentemente detectamos um pólipo que cresce a partir da parede da bexiga. Uma cistoscopia, que é a endoscopia da bexiga pode ser necessária. Muitas vezes essa cistoscopia é realizada com anestesia e caso o pólipo seja confirmado, o médico pode realizar o que chamamos de ressecção endoscópica do tumor. O material retirado é enviado para biópsia, que vai confirmar o diagnóstico de câncer e ajudar no estadiamento da doença. Após esse procedimento de ressecção endoscópica o paciente permanece no hospital por 24 a 48 horas. No dia da alta, a sonda vesical que foi colocada ao final do procedimento é retirada.
Cerca de 80 % dos tumores de bexiga são superficiais, ou seja, não invadem a parede muscular da bexiga. Nesses casos, o paciente pode necessitar de tratamento complementar com aplicação do onco BCG na bexiga. A função do BCG aplicado na bexiga é ativar as células de defesa na parede da bexiga afim de reduzir o risco de recidiva do tumor. As nossas células de defesa pode eliminar células tumorais assim que elas surgem. De qualquer forma, o risco de recidiva da doença existe e os pacientes precisam ser acompanhados com exames periódicos com o intuito de detectar e tratar precocemente essas recidivas. Os exames mais frequentemente realizados são o ultrassom, a cistoscopia e os exames de urina.
Caso o tumor invada a camada muscular ou ainda mais profundamente a bexiga, pode ser necessária uma cirurgia de maior complexidade para a remoção da bexiga. Isso ocorre porque com uma invasão da musculatura ou mesmo da gordura ao redor da bexiga, não é mais possível eliminar o tumor através da ressecção endoscópica. Além da remoção da bexiga, que conhecemos como cistectomia, pode ser necessária a realização de quimioterapia antes ou após a cirurgia. A cistectomia é uma cirurgia de grande porte e complexa, que deve ser realizada por equipes experientes e em hospitais que tenham todo o suporte necessário, tanto de pessoal quanto de equipamentos. Nos últimos anos cresceu bastante a utilização de cirurgia laparoscópica e robótica para a realização das cistectomias de maneira menos invasiva.
De qualquer modo, o importante é o diagnóstico precoce. Quanto mais inicial a doença, maiores as possibilidades de tratamento e também as chances de preservação da bexiga, além da redução da mortalidade.
Esteja atento com a saúde da sua bexiga, especialmente se for fumante. Qualquer sangramento urinário deve ser investigado. Procure um especialista da sua confiança.