O câncer de pênis é uma doença rara em países desenvolvidos, mas comum em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento como o Brasil. É mais comum em homens a partir da sexta década de vida, mas pode acometer indivíduos jovens também.
Os fatores de risco mais comuns são higiene precária, a presença de fimose, baixa condição sócio econômica, o tabagismo, infecções crônicas pelo HPV, exposição excessiva a radiação ultravioleta. As bactérias e outros germes que se acumulam no pênis pela falta de higiene adequada vão agir sobre a secreção do pênis chamada esmegma e liberar substâncias cancerígenas. O contato prolongado da pele e mucosa que recobrem o pênis pode causar a transformação maligna dessas células e originar o câncer. Além disso, várias substâncias cancerígenas liberadas pela queima do tabaco foram detectadas no esmegma.
O modo de apresentação mais comum do câncer de pênis é o aparecimento de um nódulo ou ferida na glande ou prepúcio, que não cicatriza. Nos casos mais avançados, essa ferida pode crescer e destruir parcial ou totalmente a glande. Na região das virilhas podem aparecer ínguas que crescem e podem ferir a pele da região. É frequente os pacientes demorarem vários meses até serem diagnosticados. Isso pode ocorrer por vergonha ou medo de procurar atendimento médico. Alguns profissionais podem não suspeitar da doença e não indicar a biópsia necessária para confirmação do diagnóstico. Qualquer úlcera peniana suspeita deve ser biopsiada, especialmente aquelas que não cicatrizam com os tratamentos mais comuns.
O tratamento mais comum é a cirurgia para retirada da parte comprometida do pênis. Pode ser necessária a remoção de parte do pênis ou mesmo do pênis inteiro, cirurgias que denominamos penectomia parcial ou penectomia total. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as chances de preservação do órgão. As chaces de cura também são maiores. As ínguas que surgem na região das virilhas devem ser removidas, cirurgias que denominamos de linfadenectomia inguinal.
Mesmo quando a doença já se disseminou para os gânglios ou ínguas da região da virilha a cura pode ser alcançada em quase metade dos casos. No entanto, as cirurgias necessárias podem causar mutilação e perda da qualidade de vida. Por isso o mais importante é evitar a doença. Isso é relativamente fácil mantendo a higiene adequada do pênis, evitando as inflamações crônicas, evitando o tabagismo e tratando a fimose. Qualquer ferida no pênis que não cicatriza deve ser avaliada por um especialista. Quanto mais precoce o tratamento melhores os resultados do tratamento, com maiores índices de cura e menos mutilação.